O nosso legítimo e verdadeiro Piau Vermelho
(Leporinus Copellandi flamingus)
(Leporinus Copellandi flamingus)
O Rio Santo Antônio é um importante afluente do Rio Doce. Seus principais
afluentes são: os Rios do Peixe, Preto do Itambé, Guanhães e RioTanque e sua bacia apresenta uma
área de
drenagem de 10.390 Km2 ou 13% da
área total da bacia do rio Doce.
Toda a bacia do Rio Santo Antônio ocorre dentro do bioma de Mata Atlântica e como toda a área deste bioma, a região de entorno dos rios tem sofrido bastante com um intenso processo de fragmentação florestal, significando, muitas vezes, a perda da vegetação ripária, apesar de sua preservação ser prevista na legislação ambiental brasileira.
Toda a bacia do Rio Santo Antônio ocorre dentro do bioma de Mata Atlântica e como toda a área deste bioma, a região de entorno dos rios tem sofrido bastante com um intenso processo de fragmentação florestal, significando, muitas vezes, a perda da vegetação ripária, apesar de sua preservação ser prevista na legislação ambiental brasileira.
Como consequência direta da fragmentação intensifica-se o processo de arraste de
material
para a calha dos rios, resultando no assoreamento e no comprometimento da
qualidade
da água (IGAM 2005).
Está
sendo estudada a implantação de oito novos empreendimentos hidrelétricos na
Bacia
do Rio Doce, sendo eles as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) Sumidouro e
Quinquim,
no Rio Santo Antônio, as PCHs Monjolo e Brejaúba no Rio do Peixe, as PCHs Jacaré,
Senhora do Porto e Dores de Guanhães no rio Guanhães e a PCH Fortuna II no Rio
Corrente Grande,.
Os estudos de avaliação de impactos ambientais realizados preliminarmente na bacia confirmaram a ocorrência de várias das espécies descritas por Vieira (2006), sendo elas, a pirapitinga (B. opalinus); o timburé (L. mormyrops); o surubim do Doce (S. doceana) e o andirá (H. weatlandii).
Além
destas, o estudo também apontou a presença do piau vermelho (Leporinus
Copelandii flamingus), que
também é uma espécie migradora exclusiva da Bacia do Santo Antônio.
De
todas estas espécies, o piau vermelho merece uma atenção especial por parte do
empreendedor
responsável pelas PCHs descritas acima, já que é uma espécie reofílica, que
precisa se movimentar por longos trechos do rio para reprodução, sendo impedida
pelas represas como ocorre no Recanto da Represa em Dom Joaquim, onde todos os
anos na época da piracema pode-se ver espécies do piau vermelho pulando;
tentando vencer o paredão da represa... Até pouco tempo
atrás,
o conhecimento disponível sugeria que seu habitat compreendesse rios, com
profundidade entre 0,5 e 1,5 m, contendo substrato arenoso e vegetação ciliar
preservada, além de águas correntes, menos ácidas, claras e com alta concentração de nutrientes.
Intrínseca
à implantação de empreendimentos hidrelétricos está a substituição de
trechos
lóticos por trechos lênticos, o que pode reduzir a disponibilidade de habitats
para
uma espécie na bacia e as chances de sua manutenção, principalmente, para uma
espécie
reofílica como o piau vermelho. Para a avaliação do real impacto dos
empreendimentos sobre
esta espécie, é necessário um estudo sobre as características do seu habitat e da
disponibilidade desse habitat considerando a situação anterior e posterior à
possível instalação
destes empreendimentos hidrelétricos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho
é alertar sobre a destruição das
características do habitat utilizado pelo piau vermelho típico da região e
predizer os efeitos
da implantação dos empreendimentos hidrelétricos sobre a sua população.
De
qualquer forma, mediante as condições atuais da bacia e as características
específicas
dos habitats do piau vermelho legítimo, podemos dizer que um impacto talvez
mais grave
para a espécie esteja ocorrendo e pode aumentar gradativamente, se
nenhuma
medida for tomada a tempo: a redução das áreas de mata ciliar ao longo de
toda a bacia é um fato recorrente e em ritmo predatório.
Durante todo o período de coleta, e ao final destes estudos, foi possível perceber que a vegetação ripária está relacionada à ocorrência do piau vermelho.Entretanto, esta se encontra bastante reduzida e, alguns impactos que podem agravar esta situação, como fogo ou pastagem de animais, pesca predatória, mimeração; são ameaças permanentes na região.
Para a preservação futura se faz urgente a recuperação
de trechos da mata ciliar, bem como, a diminuição de processos erosivos e assoreamentos.
Assim, se a instalação destes empreendimentos ocorrerem e, associada a ela, não
houver ações de recuperação e controle sustentável da bacia por parte do empreendedor como medida
de mitigação, a médio prazo o piau vermelho, que é um dos peixes, termômetro
para se saber a saúde deste rio, desaparecerá, haja vista que sua reprodução só ocorre em águas
límpidas livre de poluição e com Ph equilibrado.
Desta maneira, nosso Leporinus Copellandi Flamingus vai pro saco...
ResponderExcluirSó se fala em riqueza, fortuna, dinheiro! Ninguém (ou quase ninguém) fala em preservação da fauna e da flora, e a degradação ambiental é para nós mais sensíveis, punhaladas no coração e no cérebro.
Tá difícil, mas se depender de nós, eles estão fudidos, pois nós vamos botar a boca na TUBA...
Abraço!