Arado é um instrumento que serve para lavrar (arar) os campos, revolvendo a terra com o
objetivo de descompactá-la e, assim, viabilizar um melhor desenvolvimento das raízes
das plantas. Expõe o subsolo à ação do sol, ajudando a aumentar a temperatura e apressar o degelo. Também enterra restos
de culturas agrícolas anteriores ou ervas daninhas porventura existentes.
Melhora ainda a infiltração de água no solo
e a aeração, além de realizar a construção de curvas de níveis. É uma das etapas agrícolas que antecede a
semeadura.Além desse objetivo primacial, a aração permite um maior arejamento
do solo, o que possibilita o desenvolvimento dos
organismos úteis, como as minhocas, além de, alguns
casos, permitir a mistura de nutrientes (adubos, químicos ou orgânicos;
corretivos de acidez, etc.). O arado é capaz de descompactar uma camada de solo
que pode chegar aos 40 cm de profundidade
Foi uma
das grandes invenções da humanidade, por permitir a produção de crescentes
quantidades de alimentos e o estabelecimento de populações estáveis.
Por volta
de 5000 a.C., o homem cansou de vagar em busca de terras boas para o cultivo e
de depender de minhocas para preparar o solo. Nossos
antepassados usavam galhos de árvores para afofar o solo e fazer sulcos onde
eram colocadas as sementes, como enxadas primitivas. Como nessa época o homem já havia dominado
a metalurgia e a domesticação de animais, inventou um utensílio
feito com galhos bifurcados (que depois recebeu uma pedra afiada na ponta) que,
puxado por animais, arava a terra. Os sumérios foram os primeiros a utilizarem arados
tracionados por animais.
Antigo
arado egípcio, circa 1200 a.C.
A partir
do domínio da terra, o homem se fixou em aldeias e aumentou consideravelmente
sua produtividade, gerando excedente e consequentemente iniciando atividades
comerciais com povos vizinhos. Os
principais polos foram os vales dos rios da Mesopotâmia, Egito,
Índia e China,
os berços das primeiras civilizações da Antiguidade. O
impacto da invenção do arado foi tão grande que hoje ela é considerada um marco
da Revolução Agrícola. Os arados desta época apenas rasgavam a
terra, sem revirá-la como fazem os arados mais modernos.
O arado
conhecido mais antigo do mundo, aproximadamente do ano 1.500 a.C. está exposto
no Museu Nacional da Baixa Saxónia.
Evolução do arado
A
evolução foi muitíssimo lenta, baseando-se apenas em melhorar o arado de pau
puxado pelo homem e alguns utensílios de pedra, passaram-se séculos para que os
trabalhos de arrasto feitos pelo homem pudessem ser substituídos pela força
animal,libertando-se o homem de trabalho tão árduo. Com o aparecimento e
barateamento do ferro, o arado foi melhorado.Na Baixa Idade Média
houve várias conquistas técnicas com o arado de ferro, foram desenvolvidas
novas maneiras de se atrelarem os animais, de modo a permitir que eles fossem
utilizados à plena força, além de ter sido substituído o boi pelo cavalo, como
animal de tração.
No início
do século XIX os arados eram feitos de ferro fundido, adequados ao solo arenoso, porém solos mais ricos se agarravam
nas partes inferiores do arado, obrigado o operador a parar e raspar o solo do
arado. John Deere, em 1837,
estudou este problema e chegou a conclusão que um arado com uma aiveca e
uma lâmina com uma forma apropriada, altamente polidas, deveriam limpar-se a si
próprias ao torcer sulco de solo grudado no arado.
Tipos de arado
Manual
Cunha simples
Eram primitivos
arados em madeira ou ferro , em forma de L, de tração animal.
Aivecas
São
arados em ferro na forma de um V,com tombador de terra,para tração animal ou
mecânica. É o mais antigo implemento fabricado para a realização do preparo do
solo. No Brasil, esse implemento é mais destinado à tração animal. Possui
diversos tipos: aiveca helicoidal destinada a uma lavoura superficial e rápida,
deixando um solo com torrões grandes; semi-helicoidal (Universal ou Americana)
recomendada para uma lavoura normal, deixando torrões grandes na parte inferior
e torrões menores na camada mais superficial; aiveca cilíndrica é recomendada
para lavoura com tração animal, deixando torrões de todo o tamanho misturado
com o solo pulverizado; aivecas recortadas recomendadas para solos pegajosos.
O arado
de aiveca produz uma inversão do solo melhor que a do arado de discos, mas
apresenta restrições ao uso em solos com obstáculos, tais como pedras
e tocos, caso não haja mecanismos de segurança, com
desarme automático. O arado de aiveca pode ser equipado com vários acessórios,
que facilitam o corte vertical do solo e evitam o embuchamento.
Arado de discos rotativos
Arado de
discos
Possui
grandes discos de aço apoiados em mancais rotativos, para tração mecânica.
Surgiu como alternativa ao de aiveca e teve como ponto de partida a grade de
discos, sendo o implemento de preparo de solo mais usado no Brasil, devido a
sua facilidade de confeção e melhor adaptação às variadas condições de solos. Apesar
do movimento giratório dos discos, que corta o solo e a vegetação, esse tipo de
arado requer peso para penetrar no solo; o que não acontece no de aiveca, cuja
penetração é provocada pala conformação de suas partes ativas.
É ideal
para ser usado em solos secos, duros, pegajosos, com raízes e pedras, nos quais
as aivecas apresentam dificuldades de operação. Quando o solo é arenoso e limpo pode-se
utilizar discos grandes; em solos duros com raízes e restos vegetais,
recomenda-se utilizar discos menores e com bordas recortadas. Um inconveniente
deste tipo de arado é que com o passar dos anos e uma utilização contínua, pode
haver uma acumulação de terra nos terraços, pois esse tipo joga a terra para um
dos lados. Para evitar esse problema, deve ser adotada a prática de se alternar
o sentido de tombamento das leivas. Outro inconveniente desse tipo de arado é
que uma das rodas do trator passa sobre o sulco aberto, compactando o solo. Por
outro lado, os arados de discos possuem a vantagem de continuarem operando,
mesmo depois que seus órgãos ativos tenham sofrido um desgaste considerável,
podendo ser utilizados em solos abrasivos sem perda da sua eficiência.
Grade aradora
Também
chamado de arado escarificador, possui de cinco a onze ferros ou braços
montados em barras paralelas sobre um quadro porta-ferramentas e espaçados
entre si de 60 a 70 cm, em cada barra, de modo a dar um espaçamento efetivo
entre sulcos paralelos de 30 a 35 cm. Aumenta a rugosidade do solo, quebra a
estrutura do solo a uma profundidade de 20 a 25 cm, aumentando a capacidade de
infiltração de água no solo, diminui a evaporação e quebra a camada compactada,
abaixo da área de preparo de solo.Por causa de sua maior velocidade, à medida
que se aumenta a área da propriedade, há uma preferência pela grade aradora em
detrimento do arado de disco. Uma desvantagem da grade aradora é que ela
provoca grande pulverização do solo.
Arado de
tração animal
Quanto ao
tipo de tração, o arado pode ser:
Os arados
puxados por tratores podem ser simples, utilizados em pequenas explorações
agrícolas, ou múltiplos,utilizados nas grandes explorações.
Agricultura tropical
Em
regiões de clima tropical e
altas temperaturas, a exposição do substrato ao calor do sol pode ter efeitos
contrários ao pretendido, com excessiva perda de humidade e extinção da micro-fauna biológica que
ajuda a decomposição e o aproveitamento dos nutrientes. A lavoura com arado
também facilita a erosão, o que pode ser um
grande problema em regiões de chuvas intensas. Por isso, a prática agrícola
moderna preconiza uma mínima movimentação do solo, a utilização do chamado plantio direto, onde apenas uma estreita faixa é
revolvida, mantendo-se a cobertura de restos culturais sobre o terreno, o que
ajuda na manutenção da humidade.
Esquemas de arada
Como o
arado comum sempre tomba a terra para um mesmo lado,é impossível ter-se linhas
consecutivas trabalhadas em sentidos inversos, que estragariam o terreno.
Usam-se então esquemas para dividir a área em glebas, arando umas na ida e
outras na volta. É preciso também arar transversalmente à declividade, para não
facilitar a erosão. Modernamente usam-se arados reversíveis por acionamento
mecânico ou hidráulico, que facilita a prática agrícola.
Para um bom desempenho, as máquinas de pneus, precisam ser operadas por profissionais capacitados e com responsabilidade, devido os perigos decorrentes da profissão.
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