quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Palavras resfrescantes ao pé da cachoeira:



Cachoeiras de poesia 
Eu gosto das palavras com aroma de orvalho,
de todas as que escorrem pelas folhas pequenas;
se, no início, vêm poucas, em seguida, às dezenas,
entre o céu e a terra, constelações e atalhos...
Eu gosto mesmo das palavras, doces fluidos,
as que transformam a paisagem em delírio,
palavras que aos olhos exaustos são colírio,
palavras que perdoam pecados e descuidos...
Palavras que deságuam nas cachoeiras da vida,
e nessas mesmas cachoeiras brotam flores,
e nessas mesmas flores fazem pirueta...
Eu amo a palavra da lei, como também a proibida,
que ser poeta é transgredir legalmente os sabores
onde as palavras mostram suas almas de borboleta.

Cachoeira 

Como é linda a cachoeira
Como canção do exílio
Por mais deserta que seja
Agradável é seu estilo
As folhas secas caindo
Nas águas da cachoeira
Sua água espirrando
Nos galhos da trepadeira.
Cantando uma canção
Sua água cristalina
Banhando todo regato
Descendo pela colina!
Seu branco lembra a pureza
Da alma suave e bela
Umas pedras bem branquinhas
Até folhas amarelas.


Como é linda a cachoeira
Brilha como ouro e prata
Lá no pico da montanha
Onde começa a mata.
Em volta da sua água
Bebem bichos, voam abelhas
Saciando sua sede
As borboletas vermelhas.
Nada mais bela que a tua
Cachoeira no deserto.
Mistura o barulho das águas
Ao barulho dos insetos.
Tu que a natureza destes

Tanta pureza divina
Tua beleza engrandece
Sua fonte pequenina.
Nunca vi coisa tão bela
Bem no meio do deserto.
Mistura o barulho da água
Ao barulho dos insetos
Tua água prateada
Quando reflete o sol
Sua beleza encanta
O canto do rouxinol.


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