sexta-feira, 9 de março de 2012

Minhocas: arados natural da terra:

As minhocas são animais anelídeos da classe Oligoqueta, ordem Haplotaxida, distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo, algumas de apenas centímetros e outras com um a dois metros de comprimento, casos nos quais são conhecidas como minhocuçus. O seu corpo é formado por anéis (segmentos corporais). São ainda conhecidas pelos nomes populares de bichoca e isca (principalmente quando usadas na pesca).
Elas vivem enterradas (são animais subterrâneos), escavam galerias e canais, buscando abrigo e restos vegetais, seu principal alimento, ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens, que compõem o húmus.
As minhocas têm o corpo cilíndrico, alongado, com a boca e o ânus, em extremidades opostas; e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo da região anterior.
Passando o dedo na sua região ventral, de trás para a frente, sentimos que a pele do animal é áspera, devido à presença de fileiras de microscópicas cerdas de quitina. As minhocas fixam as pontas das cerdas no solo, facilitando o seu deslocamento, quando contrai a forte musculatura da parede do corpo.

Minhocas no anzol
A epiderme das minhocas é coberta por uma fina cutícula de quitina e produz bastante muco, o que as torna viscosas, diminuindo o atrito com o solo e facilitando o deslocamento. O muco ainda protege a pele quando em contato com substâncias tóxicas ou nocivas e garante a umidade indispensável para as trocas dos gases respiratórios em toda a superfície do corpo. Esta é a chamada respiração cutânea.
As minhocas são frequentemente usadas como isca (viva) na pesca à linha.
Diferente do que algumas pessoas pensam, a cobra-cega não é minhoca e possui uma classificação bem distinta.

As minhocas têm um sistema digestivo completo, que inicia na boca e termina no ânus. Na sua porção anterior, há uma grande câmara, o papo, e, em seguida, uma moela, que tritura o alimento. Segue-se um longo intestino, até o ânus, no último segmento.
O sistema circulatório é fechado, com uma grande rede de vasos muito finos, os capilares, sob a pele, para a troca de gases com o ambiente. É o mesmo tipo de circulação dos vertebrados. O sangue das minhocas é vermelho, por causa da hemoglobina, o mesmo pigmento encontrado nos glóbulos vermelhos dos vertebrados.
Em cada segmento do corpo há uma câmara interna, cheia de um líquido aquoso. Daí são retiradas substâncias de excreção, através de órgãos especiais que se abrem na pele, por poros microscópicos.
O sistema nervoso é representado por gânglios na cabeça e ao longo da região ventral do corpo. Os gânglios são formados por grupos de células nervosas que funcionam como centros de coordenação das diversas funções no corpo do animal. A minhoca também apresenta dez corações distribuídos entre os anéis de seu corpo.

A circulação é feita por um coração e vasos sanguíneos. O sangue é impulsionado pelo coração para as artérias e desemboca em espaços do corpo denominados lacunas. Nas lacunas há um único contato entre o sangue e os tecidos do animal. O oxigênio e os alimentos do sangue passam para os tecidos, e o gás carbônico e as substâncias tóxicas dos tecidos passam para o sangue.

 Reprodução
As minhocas são seres hermafroditas incompletos, pois cada indivíduo tem testículos e ovários, no entanto, o animal não se reproduz sozinho, dependendo sempre da união com outro para a troca de espermas, o que é chamado de fecundação cruzada. Na cópula, os dois animais se unem pelo clitelo, que produz bastante muco. Feita a troca de espermas, os dois pequenos vermes saem dos casulos e das terras.

Minhocas copulando
A época reprodutiva das minhocas é definida mais por condições meteorológicas, que propriamente meses do ano. Quando o ambiente e a temperatura são favoráveis, que ocorre habitualmente nos períodos quentes e úmidos, e de uma forma geral à noite, as minhocas procuram um parceiro para fecundar. Cada minhoca, em condições ideais, pode deixar de 100 a 140 descendentes em um ano.

Espécies brasileiras

No Brasil existem em torno de 26 espécies de minhoca classificadas em 18 famílias (sendo a mais comum a família Glossoscolecidae). A maioria das espécies mais frequentes em solo brasileiro são estrangeiras, e foram introduzidas por fins comerciais (tais como a Eisenia fetida, originaria do oeste os EUA, e a Eudrilus eugeniae, originária da África). Dentre as espécies nativas destacam-se a Glossoscolex giganteus, a primeira espécie descrita no Brasil (em 1836 por Rudolf Leuckart, com espécime encontrada no Rio de Janeiro); a Pontoscolex corethrurus, considerada a espécie mais comum em solo brasileiro; e Rhinodrilus alatus, conhecido popularmente como minhocuçu, endêmico do cerrado central do estado de Minas Gerais e que tem em média 60 cm de comprimento. O sistema respiratório das minhocas funciona nas partes externas de seu corpo.

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