quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
ENGENHARIA HUMANA X ENGENHARIA DIVINA
Eternas Variantes...
PUBLICADO EM 05/11/15 - 17h02 Jornal O TEMPO
DA REDAÇÃO
A Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, se rompeu na tarde desta quinta-feira (5), no distrito de Bento Rodrigues, entre Mariana e Ouro Preto, na região Central do Estado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu por volta das 16h.
Duas viaturas da corporação foram enviadas para o local. Valério Vieira, presidente do sindicato Metabase, recebeu a informação de que há pelo menos 10 mortos e 30 pessoas desaparecidas. "A mina de Fábrica Nova, da Vale, foi atingida. Tem muitas casas destruídas e tomadas pela lama em Bento Rodrigues", afirmou. O número de desaparecidos não foi confirmado pelos bombeiros.
A Barragem do Fundão estava passando por uma obra de alteamento, que é quando a barragem chega a um nível de saturação e não consegue mais receber os rejeitos. As obras começaram no mês de julho deste ano e previam a elevação do nível da barragem. A reportagem de O TEMPO não obteve detalhes sobre a obra e sobre qual a extensão da barragem.
Segundo relatos anônimos de funcionários da Samarco, por volta das 14h30 houve tremores de terra no local e, aproximadamente às 16h, a barragem veio abaixo. Ainda segundo depoimentos de funcionários, o clima ficou muito tenso.
Há relatos de que tudo foi muito rápido e um funcionário teria conseguido escapar da morte arrancando rapidamente o carro, que foi perseguido pela lama. Não há confirmação de quantos trabalhadores estavam no local nem se moradores de Bento Rodrigues foram soterrados. O distrito fica em um vale rebaixado, ao pé da barragem de rejeitos, e recebeu uma enxurrada de lama.
Já foram confirmadas duas mortes em consequência do rompimento da barragem. A primeira vítima estava entre os cinco feridos que deram entrada no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, até as 19h30 desta quinta-feira (5).
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Mariana informou que o acesso ao local do rompimento da barragem está sendo feito apenas por helicópteros. O prefeito da cidade e o secretário de Meio Ambiente estão na sede da Samarco acompanhando a situação.
Pelo menos dez caixas com medicamentos foram enviados para Bento Rodrigues, de acordo com a gerente da Policlínica de Mariana, Kim Lauenstein. Além disso, pelo menos 50 carros já foram enviados para a área onde a barragem se rompeu.
A reportagem de O TEMPO teve acesso a vídeos que mostram o rastro de destruição visto de um helicóptero e, também, a fuga desesperada de funcionários após perceberem o rompimento. Assista:
Investigação
De acordo com o coordenador de promotorias de meio ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, a situação é gravíssima. "Nossa equipe de combate a crimes ambientais está no local. Amanhã vou fazer sobrevoo, mas já instauramos inquérito. Primeiro passo é minimizar danos, contenção das famílias, quanto contenção de agravamento do dano. Em segundo, identificação das causas, nenhuma barragem rompe por acaso", afirmou.
Conforme o promotor, quando há rompimento de barragem não é por acaso. "Vamos requisitar, investigar formalmente e apurar o responsável. A sociedade tem que ter a resposta do que houve", afirmou.
Há suspeita de que os rejeitos da barragem tenham atingido o córrego Fundão, que passa na bacia do Rio Doce, segundo o Núcleo de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad).
Moradores foram orientados a deixar comunidade
A Prefeitura de Mariana informou que, em contato com a assessoria da Samarco, está pedindo aos moradores de Bento Rodrigues que deixem a comunidade e sigam, imediatamente, para o distrito de Camargos “que é mais alto e seguro”.
Segundo Dário José Pereira Junior, morador de Camargos os habitantes da comunidade vizinha ainda não chegaram. Ele conta que três casas no distrito foram atingidas pelo rompimento da barragem. Os moradores conseguiram se salvar, mas perderam carro e outros objetos pessoais. "É um desastre que só você vendo saber como é", afirmou o morador. Segundo ele, a população está nas ruas, com medo de que o rejeito suba ainda mais. Não há eletricidade. "É pura lama", contou.
Ainda de acordo com o comunicado, equipes do Corpo de Bombeiros, agentes da Guarda Municipal e da Defesa Civil estão no local. “A Samarco e a Prefeitura de Mariana estão com as equipes no local para auxiliar a comunidade no que for necessário. Segundo informações da assessoria da empresa, no momento não há confirmação de vítimas, e sim danos materiais”, diz a nota.
A assessoria de imprensa da Samarco foi procurada pela reportagem de O TEMPO, e informou que está mobilizando todos os esforços para priorizar o atendimento às pessoas e a minimização de danos ao meio ambiente. "Não é possível, neste momento, confirmar causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas", diz o comunicado.
Doações para os desabrigados
Os moradores de Mariana estão consternados e já se mobilizam para ajudar aos desabrigados. Um centro de apoio está sendo montado no Centro de Convenções, que fica na região central da cidade, de acordo com a Prefeitura.
Além disso, de acordo com moradores do município, doações também podem ser levadas para o Ginásio da Arena Mariana, que fica em uma área mais distante do Centro. Muita gente já leva mantimentos para o local.
* (Participaram desta cobertura os repórteres Juliana Baeta, Bruna Carmona, José Vítor Camilo, Jhonny Cazetta, Bárbara Ferreira, Luíza Muzzi, Joana Suarez e Aline Diniz)
Atualizada às 20h08
Mara
É com muita comoção que ao abrir as páginas da internet me deparo com essa lastimável notícia. Poxa mais uma vez? Gostaria de colocar aqui minhas condelências para as vítimas e aproveitar para tecer algumas considerações. O nosso meio ambiente está totalmente abandonado no Brasil e mundo afora, parece que as pessoas não estão dando conta da gravidade da destruição provocada pelo homem. É lamentável que em pleno século XXI um planeta que enviou o homem a lua, que constroi robos, levanta prédios, monumentos permita que uma barragem estoure matando várias pessoas, destruindo um municipio inteiro e saia arrasando rios, corregos, matas, o solo etc... Eu trabalho diretamente com o meio ambiente no Brasil as leis ambientais são as mais rígidas no mundo, mas infelizmente aqui tudo está somente no papel, e nós brasileiros medíocres de todos os dias assistimos notícias horripilantes e o que fazemos? A barragem estourou e eu me pergunto. Havia fiscalização? O projeto foi bem feito? As leis ambientais foram seguidas? E assim nós vamos! Viadutos caindo, matando pessoas dinheiro do contribuinte indo para o ralo, Onde estão as pessoas presas? Latifundiários julgados pelo um crime que aguardam em liberdade. Um partido e político que roubou milhões e eles ainda continuam soltos. A muito que sinto vergonha de tudo aqui. O Brasil é o pais da piada, do rídiculo, do cretino. VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Poema à BoeChat @
Poema à BoeChat @lvarenga
Snopse de sinapses dopaminam minhas vontades...
Depressa depleçam as pressões. ?
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Um oásis de "FARTURA"
ISOLAMENTO DE NASCENTES
>>
Estão abertas as inscrições para o projeto “Cercamento de Nascentes”,
uma parceria entre a Prefeitura de Dom Joaquim (representada pela
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente) e Instituto BioAtlântica
(IBIO - AGB Doce).
O
Projeto tem como objetivo, recuperar e adotar medidas de prevenção em
nascentes localizadas em propriedades rurais. As despesas relativas à
execução do isolamento de nascentes serão arcadas pelo IBIO – AGB Doce,
por meio dos recursos oriundos da cobrança pelo uso de recursos hídricos
repassados pela União e pelo Estado de Minas Gerais.
Os
proprietários interessados deverão realizar suas inscrições na
Secretária de Agricultura e Meio Ambiente, localizada no prédio da
Prefeitura, até o dia 27 de julho de 2015.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Dom Joaquim. http://www.domjoaquim.mg.gov.br/
Foto:
Fabiano Henrique Alves (Coord. de Programas e Projetos IBIO); http://www.ibioagbdoce.org.br/ibio-agb-doce/quem-e-quem/ Isabela
Cançado (Representante da Câmara Técnica do CBH/Santo Antônio) http://www.cbhsantoantonio.org.br/ ; Miguel
Ângelo Duque (Secretario de Agricultura e Meio Ambiente) e Felipe
Benício Pedro (Presidente do CBH/Santo Antônio).
PRODUTOR RURAL HOMEM DO CAMPO FAZENDEIRO RETIRANTE AGRICULTOR FAMILIAR...NÃO DEIXE ESSE RECURSO VOLTAR SEM USAR!!! AUMENTAR AS ÁGUAS E VALORIZAR A VIDA, PRESENTE E FUTURA!!!
terça-feira, 30 de junho de 2015
Rimando sem morte
REMANDO COM A SORTE
Claudney Alvarenga
Rio de minha Aldeia sem norte
Singro te remando meu teimoso bote
Serpenteio tuas escamas brilhantes
Rastro de víboras, cacos de vidro
Falsos diamantes.
Eu rio da Vida no tanger das tardes estranhas
Eu rio de lagrimas no mugido do gado as entranhas
Eu rio das águas que sugam as gigantes montanhas.
Eia remo, EIA RIMA! Não param os êmbolos engrenagens motores
Hôa peões, reis e cavalos doutores.
Há corda! -Amarrem as velas do vendaval
Acorda! - Desatem os NÓS do varal do quintal
Calma! Ria: Tem um fio que brota na fonte
Calmo rio, silencioso debaixo da ponte...
A jusante tem ouro a montantes
Vil tubos de metal cortantes
Sugam teu leito peixes/gentes mutantes
Lambem suas lamas. Vingam desertos
Calam os dramas?
sábado, 30 de maio de 2015
QUEM LIBEROU ESSA ABERRAÇÃO???
TV Senado reapresenta debate sobre uso da água na mineração
Dois milhões e quinhentos mil litros de água por hora. É o que uma mineradora estabelecida em Minas Gerais usa para transportar minério de ferro até o Rio de Janeiro. O transporte é feito em um grande tubo, ou mineroduto, que tem mais de 500 km de extensão: o maior do mundo. Cidadãos reclamam que a prática afeta o abastecimento de água. Um dos destaques da programação da TV Senado neste final de semana é o programa Em Discussão!, que reapresentará uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que debateu a escassez gerada pelo impacto do uso da água na mineração. Técnicos, lideranças de populações atingidas pelas consequências do mau uso da água e representantes do governo pediram mais atenção do governo para a gestão dos recursos hídricos. O senador João Capiberibe (PSB-AP), que presidiu a reunião, defendeu mais: a cobrança referente ao uso da água pelas mineradoras. O debate ocorreu em 9 de dezembro passado.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Diamante liquido...doamos aqui:
Claudim Alvarenga Vejam o "BELO EXEMPLO" de fraternidade que minha cidade DOM JOAQUIM MG esta proporcionando...enquanto enfrentamos o racionamento de agua por pessima gestao da COPASA...DOAMOS uma piscina olimpica por hora de agua do RIO DO PEIXE 2.5000.000 l para o mineroduto da anglo american que eles jogam fora no mar no Porto do AÇU no RJ..lbrincadeira!!!!
A seca prolongada ameaça o abastecimento de água e energia elétrica, mas a crise hídrica passa longe das atividades de mineração em Minas Gerais. Os minerodutos – tubulações que levam o minério de ferro em estado arenoso misturado com água, como se fosse uma polpa – operam a todo vapor, e novos projetos estão em andamento, sinalizando para a continuação do desperdício de um recurso precioso.Os quatro projetos de mineração do Estado que têm dutos para o transporte do ferro contam com uma outorga de captação de água suficiente para suprir uma cidade de 1,6 milhão de habitantes. O uso de água pelos minerodutos chama a atenção porque muitas vezes não há o reaproveitamento do recurso hídrico, que é descartado no mar.A Manabi, por exemplo, mineradora em implantação no município mineiro de Morro do Pilar, tem outorga para uso de 2.847 metros cúbicos (m3) de água por hora. Deste volume, um terço, ou 949 m3 por hora serão usados no mineroduto, que irá até Linhares, no Espírito Santo. A própria empresa informa: “o projeto não prevê reuso da água usada no mineroduto, mas para essa mistura que segue para Linhares, a Manabi projetou um sistema de tratamento e filtragem, garantindo atendimento da qualidade definida pelo Conama, antes do seu descarte no mar”.Os volumes de água utilizados pelos minerodutos não foram informados, mas, caso as três outras empresas com minerodutos em operação ou em licenciamento ambiental no Estado utilizem a mesma proporção de um terço da outorga para uso no transporte via dutos, seriam 3.711 m3 por hora de água retirada dos mananciais mineiros que teriam como destino o descarte no mar. Esse volume equivale a 3,711 milhões de litros de água por hora, e é suficiente para abastecer um município com 558 mil habitantes, mais do que a população de 546 mil pessoas de Juiz de Fora, a quarta cidade mais populosa de Minas Gerais.A conta considera o diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, que apontou um consumo médio per capita de água, em Minas Gerais, de 159 litros por dia, ou 4.782 litros mensais.Atualmente, quatro minerodutos estão em operação com captação de água em rios de Minas Gerais (três da Samarco e um da Anglo American) e outros dois (Ferrous e Manabi) estão em fase de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). A permissão para captação de água nos cursos de água é concedida pelo Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), órgão subordinado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).Lei prevê cobrança pelo uso de recursos hídricosAs quatro mineradoras com atuação em Minas Gerais que utilizam o mineroduto como meio de escoamento da produção foram procuradas pelo Hoje em Dia. Samarco e Ferrous foram as únicas que não informaram as outorgas que possuem, mas os dados foram informados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).A Anglo American, que possui um mineroduto em operação, sustenta que parte da água usada nos dutos de transporte de minério de ferro é reutilizada, mas não informa o volume e não detalha como o reuso se tornou viável.A Manabi, em resposta aos questionamentos apresentados, ressaltou que nos estudos para verificação da viabilidade de seu projeto de mineração, a avaliação da disponibilidade hídrica foi um dos temas principais, “cercado dos cuidados demandados pela questão, com antecipação das tratativas legais associadas à obtenção da outorga de direito de uso das águas”.InfraestruturaA proliferação do uso do mineroduto surgiu como alternativa para o escoamento da produção, devido aos altos custos do transporte rodoviário para volumes elevados de minério de ferro e à saturação da malha ferroviária.O investimento em novos ramais de ferrovias é considerado muito alto, o que assegura atratividade ao mineroduto. O ganho logístico gerado pelos minerodutos está ainda no fato de operarem 24 horas por dia, todos os dias.A Política Nacional de Recursos Hídricos e a Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, regulamentada pelo Decreto 44.046, de 13 de junho de 2005, estabeleceu a cobrança pelo uso da água, até então sem nenhum ônus para as empresas.Samarco e Ferrous não informaram o valor que pagaram pelas captações. A Anglo American informou que, em 2014, o pagamento foi de cerca de R$ 900 mil. A Manabi declarou ter pago R$ 542,3 mil.Fonte: Hoje em Dia
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Debaixo do SOL não há nada de novo...
A energia que mais brilha... Fernando Mário Rodrigues Marques*ResumoO Brasil tem uma matriz de geração de energia elétrica predominantemente originária de fontes renováveis de energia e responsável por aproximadamente 85% da geração de eletricidade. Entretanto, há uma forte dependência da geração energética hidráulica, que responde por um montante superior a 76% da oferta. A necessidade da complementariedade do sistema elétrico brasileiro, fortemente concentrado na hidroeletricidade, aliada ao fato da luz solar ser uma fonte limpa e renovável, deve levá-la a ganhar espaço na matriz de energia elétrica do Brasil ao longo dos próximos anos. As grandes dimensões territoriais e as elevadas taxas de irradiação solar brasileira mostram que o Brasil tem um significativo potencial de geração desse tipo de energia.Palavras-chave: Energia solar, célula fotovoltaica, coletor solar, energia renovável, matriz energética.AbstractBrazil has a matrix of power generation that is predominantly based on renewable energy sources and accounts for approximately 85% of electricity generation. However, there is a strong dependence of hydraulic power generation in the country, which accounts for an amount exceeding 76% of supply. The need for complementarity of the Brazilian electrical system, strongly focused on hydropower, coupled with the fact that sunlight is a clean and renewable source, should lead it to gain space in the matrix of electric power in Brazil over the coming years. The large territorial dimensions and the high rates of Brazilian solar radiation show that the country has a significant potential for generation of solar energy.Keywords: Solar energy, solar cell, solar collector, renewable energy, energy matrix.IntroduçãoA participação das fontes não renováveis de energia, compostas pelos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) e pela energia nuclear, é de aproximadamente 80% na matriz de energia elétrica mundial, restando 20% para as fontes renováveis (BEN, 2103). Essa forte dependência em relação aos combustíveis fósseis acarreta apreensão por parte da humanidade quanto ao futuro esgotamento dessas fontes de energia. Ao mesmo temo, há uma preocupação em relação ao aquecimento global, fruto do aumento das concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, advindos da utilização dos combustíveis fósseis. Quanto à energia nuclear, predomina o eterno receio de possíveis acidentes nas usinas e em relação ao destino a ser dado aos resíduos radioativos.O Brasil, ao contrário da média mundial, tem uma matriz de geração de energia elétrica que se origina em fontes predominantemente renováveis e é responsável por aproximadamente 85% da geração de eletricidade. Entretanto, há uma forte dependência da geração hidráulica, que responde por um montante superior a 76% da oferta de energia elétrica (BEN, 2013). A expansão da hidroeletricidade esbarra no fato de que o potencial hídrico brasileiro ainda não explorado encontra-se na região amazônica, o que envolve questões ambientais para o seu pleno aproveitamento.No último verão brasileiro, a ocorrência de chuvas abaixo do esperado reduziu de forma significativa o nível dos reservatórios das usinas hidroelétricas, o que levou ao uso intenso das usinas termelétricas, geradoras de GEE, para atender a demanda de eletricidade. Tal fato evidenciou a urgência de maior diversificação das fontes renováveis de energia na matriz elétrica do país. Paradoxalmente, o calor gerado pelo Sol, ao mesmo tempo em que contribuiu para reduzir o nível de água dos reservatórios, poderia ter gerado energia para abastecer residências, por meio de sistemas solares fotovoltaicos.A necessidade de complementar o nosso sistema elétrico, fortemente concentrado na hidroeletricidade, aliada ao fato da luz solar ser uma fonte limpa e renovável, deve levar a energia solar a ganhar espaço em nossa matriz de energia ao longo dos próximos anos. A presença da energia solar na matriz energética brasileira, hoje quase inexistente, deve crescer nos próximos anos, em especial por se tratar de uma energia renovável e limpa e não emissora de GEE, o que contribui para a desaceleração do aquecimento global.Energia SolarFonte renovável de energia é aquela cuja disponibilidade não se altera de forma mensurável com o uso. São consideradas energias renováveis a hidráulica, a eólica, a solar, a biomassa, a geotérmica e a dos oceanos. Uma de suas principais características é a não emissão de GEE.A luz solar é a principal fonte de energia do planeta Terra, e a maioria dos seres vivos depende direta ou indiretamente dela. Consiste na energia contida na radiação eletromagnética emitida pelo Sol, cuja superfície atinge altas temperaturas de cerca de 6.000 ºC (5.778 K). Essa energia diminui de intensidade à medida que se afasta do Sol e se aproxima da Terra. A intensidade média que atinge o topo da atmosfera terrestre é de 1.353W/m2.A energia solar pode ser aproveitada como fonte de calor para aquecimento ou geração de energia elétrica. Apresenta-se basicamente de duas formas: fotovoltaica (obtida por meio de células fotovoltaicas) e a térmica (obtida por meio de coletores solares).Energia Solar FotovoltaicaA energia solar fotovoltaica é obtida por meio da conversão direta da luz do Sol em eletricidade. Sua base é o processo conhecido como efeito fotovoltaico, que consiste em um fenômeno apresentado por certos materiais que, quando expostos à luz solar, geram eletricidade. Os sistemas fotovoltaicos têm a capacidade de captar diretamente a luz do Sol e gerar corrente elétrica. Esta é coletada e processada por dispositivos controladores e conversores, e pode ser armazenada em baterias ou utilizada diretamente em sistemas conectados à rede elétrica.Os sistemas fotovoltaicos existem de forma isolada, híbrida ou conectados à rede elétrica. Seu principal componente são as células solares, responsáveis pela conversão da energia solar em eletricidade. Embora os sistemas autônomos de energia solar fotovoltaica sejam uma importante alternativa para a geração de eletricidade em locais que não têm rede elétrica, o seu uso em breve estará concentrado nos sistemas conectados à rede elétrica. O potencial de exploração dessa energia é imenso, para aplicação em micro e mini sistemas de geração distribuída, bem como em parques de geração, que funcionam como grandes usinas de eletricidade (Villalva e Gazoli, 2012).Os módulos fotovoltaicos podem ser usados nos telhados e fachadas de residências e edifícios para suprir as necessidades locais de eletricidade, ou podem ser empregados na construção de usinas geradoras. Por enquanto, a eficiência das células fotovoltaicas comerciais situa-se em um patamar relativamente baixo, entre 10% e 20% da potência solar incidente (IEA-WEO, 2013).Energia solar térmicaA energia solar térmica, ou fototérmica, consiste no aproveitamento da luz do Sol como fonte de calor para aquecimento ou produção de energia elétrica por meio do uso de coletores solares.Como fonte de aquecimentoNos sistemas de aquecimento solar, o calor é captado por coletores instalados nos telhados de prédios ou residências para aquecer a água. Nesse caso, a energia solar térmica consiste na captação e conversão da radiação em energia útil por meio do uso dos mencionados coletores. Tais equipamentos são aquecedores de fluidos (líquidos ou gasosos), classificados em coletores planos ou concentradores, em função da existência ou não de dispositivos de concentração de radiação. Dentro deles existem tubos por onde circula a água, que é aquecida e depois armazenada.Vimos que a radiação solar absorvida em coletores planos é empregada, principalmente, para prover aquecimento de água a temperaturas relativamente baixas (inferiores a 1000C). O uso dessa tecnologia ocorre mais no setor residencial, e há demanda e aplicações em edifícios públicos e comerciais, hospitais, restaurantes, hotéis e similares. Os coletores solares planos são normalmente instalados no teto das residências e edificações.Como fonte de energia elétricaA luz do Sol pode ser aproveitada para produção de eletricidade por meio de usinas solares térmicas, que captam e concentram o calor para aquecer fluidos. Essa energia é produzida pelos coletores solares concentradores. É empregada para gerar vapor e acionar turbinas acopladas a geradores elétricos, que transformam a energia mecânica em eletricidade.Existem diversos tipos de usinas térmicas, de acordo com o sistema de captação e concentração empregado. O concentrador solar é baseado em espelhos côncavos, que refletem os raios solares e concentram o calor em tubulações, operam a temperaturas de 100⁰C a 400⁰C.O coletor solar parabólico concentra os raios solares em um ponto onde é instalada uma cápsula térmica e o concentrador solar baseado em um conjunto de espelhos planos. Estes refletem os raios solares e concentram o calor em uma cápsula instalada no alto de uma torre, e operam em temperaturas superiores a 400⁰C. Os coletores solares parabólicos atingem índices de eficiência de aproveitamento da energia solar da ordem de 14% a 22% (ANEEL, 2014).Obstáculos a superarA difusão de empreendimentos ligados ao emprego da energia solar passa pela superação de obstáculos. Os principais são o alto custo dessa fonte de energia frente a outras fontes renováveis e a baixa eficiência dos sistemas de conversão de energia solar em eletricidade, bem como a fraca eficiência das formas de armazenamento.A falta de competitividade da energia solar é constatada pelo seu elevado custo em relação às demais fontes renováveis. Atualmente, seu custo varia entre R$ 330 e R$ 450 por MW/hora. O valor da energia oriunda da biomassa está em torno de R$ 200. O da energia eólica, em R$ 100. O da PCH (Pequena Central Hidroelétrica) em R$ 140. E o das grandes centrais hidroelétricas em R$ 80 por MW/hora (Valor Econômico, 2014).Apesar desse quadro desfavorável, a tendência é que as tecnologias usadas, tanto para a energia fotovoltaica quanto para a fototérmica, se tornem mais competitivas nos próximos anos. Nos últimos anos, a queda do custo da célula fotovoltaica em cerca de 75% no mercado mundial pode ser vista como um indicador favorável (Valor Econômico, 2013).A baixa eficiência dos sistemas de conversão de energia solar torna necessário o uso de amplas áreas para a captação, em quantidade suficiente para que os projetos se tornem economicamente viáveis. Há variações no volume gerado de acordo com a situação atmosférica. Consequentemente, regiões com frequentes coberturas de nuvens e chuva tendem a apresentar oscilações diárias de produção, de acordo com o grau de nebulosidade.As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas às das energias tradicionais. Além disso, como não há geração à noite, são necessários meios armazenamento da energia produzida durante o dia, em locais onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão elétrica.Perspectivas da energia solarO crescente esforço para o aperfeiçoamento das tecnologias existentes tem resultado em um aumento da eficiência dos módulos solares e na redução considerável nos custos de produção. Esse fato sinaliza perspectivas futuras positivas para a utilização da energia solar, em especial para a geração de eletricidade pelos módulos fotovoltaicos. Por enquanto, em função de seu custo ainda relativamente alto, embora em rápido declínio, o emprego da energia solar tem viabilidade econômica em aplicações de pequeno porte, como sistemas rurais isolados, sistemas de comunicação e alguns produtos de consumo.Países como Alemanha, China e Japão, apesar de apresentarem uma condição de insolação bem inferior à do Brasil, avançam no desenvolvimento e utilização da energia solar. Atualmente, a Alemanha concentra a maior parte da geração fotovoltaica, com capacidade instalada de cerca de 20 GW, o que representa 4% de toda a sua geração de eletricidade (Villalva e Gazoli, 2012).A taxa de insolação do território alemão é de cerca de 3500 Wh/m2 (watt-hora por metro quadrado) por dia. O Brasil apresenta valores entre 4500 e 6000 Wh/m2 (Villalva e Gazoli, 2012). Portanto, dadas as dimensões territoriais e as elevadas taxas de irradiação solares, nosso país apresenta um significativo potencial de geração de energia solar.Em 2014, a previsão é que sejam instalados no mundo mais de 40 GWp, entre instalações em telhados e usinas solares (Valor Econômico, 2014). A eletricidade produzida pela energia solar fotovoltaica tende aumentar dos atuais 0,4% para 2,6% em 2035 na matriz energética mundial (IEA/WEO, 2013). No Brasil, estima-se uma capacidade instalada de 400 MW até 2020 (Valor Econômico).O emprego da energia solar fotovoltaica é apropriado para lugares remotos ou de difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão. Essa tecnologia tem o potencial de substituir grupos geradores a diesel ou óleo, que hoje abastecem essas comunidades. Ademais, em países de clima tropical como o Brasil, o seu uso é viável em praticamente todo o território. Hoje o mercado fotovoltaico é considerado incipiente mas muito promissor, visto que existe uma parcela significativa da população mundial – cerca de 2 bilhões de habitantes – localizada em áreas rurais, sem acesso à eletricidade.No Brasil, o crescimento da geração fotovoltaica tem sido favorecido e impulsionado graças à iniciativa recente da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, por meio da Resolução Normativa 482 de 17/04/2012 (ANEEL, 2012). Esse documento permite micro e mini geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, com sistemas de geração distribuída conectados a redes elétricas de baixa tensão. Ou seja, estabelece que clientes residenciais, comerciais e empresariais podem instalar painéis fotovoltaicos e deduzir essa micro geração de suas contas de energia.Dessa forma, passou-se a permitir que consumidores possam investir em sistemas de geração de energia solar, para serem conectados à rede de transmissão e não apenas para consumo próprio. Os consumidores tendem a se tornar também em fornecedores de energia.A disposição do governo brasileiro de organizar leilões exclusivos de energia solar deve favorecer a aceleração da demanda pelo consumo. O volume negociado nos leilões funcionaria como garantia de demanda mínima para atendimento das exigências de escala, por meio de unidades produtivas localmente instaladas, principalmente de módulos fotovoltaicos.O emprego de painéis solares, por meio da combinação do uso de coletores que aquecem a água das residências com as células fotovoltaicas, que transformam a luz solar em eletricidade, é uma opção para o uso doméstico da energia solar num futuro próximo. Projeta-se um movimento de perda de participação da eletricidade no aquecimento de água residencial ao longo da próxima década, em parte pela maior penetração da energia solar para esse fim (PDEE, 2022).Considerações finaisA energia solar é uma opção promissora para complementar a geração de eletricidade. Os sistemas fotovoltaicos podem gerar energia elétrica em qualquer espaço onde for possível instalar um painel fotovoltaico. Dessa forma, telhados e fachadas de prédios e residências podem gerar eletricidade em áreas urbanas, e usinas de eletricidade podem ser construídas próximas ou distantes dos centros de consumo. As condições climáticas e o espaço territorial brasileiro são extremamente favoráveis ao emprego da energia solar.A massificação da micro e mini geração de eletricidade com sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica tende a criar empregos no desenvolvimento e fabricação de painéis fotovoltaicos, inversores eletrônicos e acessórios. Além disso pode gerar demanda de profissionais no setor de serviços de instalação, manutenção e treinamento.O futuro da energia solar tende a ser favorecido pelo aumento das pressões mundiais para a utilização de fontes energéticas renováveis e limpas e a contínua busca pela diversificação das fontes de suprimento energético. Esse cenário deve prevalecer nos próximos anos, e a energia solar deverá ser considerada uma alternativa energética relevante para o Brasil.NotasA micro geração e a mini geração distribuídas são centrais geradoras de energia elétrica com potência instalada menor ou igual a 100 KW e superior a 100 KW, respectivamente. (Disponível em: http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf. Acesso em: 20 de abril de 2014.)O Estado de Pernambuco realizou, em dezembro de 2013 o primeiro leilão exclusivo de energia solar, como parte do programa Pernambuco Sustentável. A revisão foi contratar 180 MW, divididos em lotes de 60 MW por três anos até 2016. (“A energia que vem do sol. Jornal Valor Econômico. 16 de abril de 2014).ReferênciasANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa 486 de 17 de abril de 2012. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf. Acesso: 15 de abril de 2014._______________________________________. “Energia Solar”. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar(3).pdf. Acesso: 30 de maio de 2014.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
O Produtor de Água é uma iniciativa da ANA que tem como objetivo a redução da erosão e assoreamento dos mananciais nas áreas rurais. O programa, de adesão voluntária, prevê o apoio técnico e financeiro à execução de ações de conservação da água e do solo, como, por exemplo, a construção de terraços e bacias de infiltração, a readequação de estradas vicinais, a recuperação e proteção de nascentes, o reflorestamento de áreas de proteção permanente e reserva legal, o saneamento ambiental, etc. Prevê também o pagamento de incentivos (ou uma espécie de compensação financeira) aos produtores rurais que, comprovadamente contribuem para a proteção e recuperação de mananciais, gerando benefícios para a bacia e a população.A concessão dos incentivos ocorre somente após a implantação, parcial ou total, das ações e práticas conservacionistas previamente contratadas e os valores a serem pagos são calculados de acordo com os resultados: abatimento da erosão e da sedimentação, redução da poluição difusa e aumento da infiltração de água no solo.Para mais informações clique aqui.
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