terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Controle das erosões e vossorocas

                     O Bambuzinho no controle ecologicamente correto das erosões e vossorocas:
 
    1 – INTRODUÇÃO
As áreas degradadas e erosões necessitam de obras de drenagem, geotecnia, terraplenagem e revestimento vegetal para garantir o sucesso dos trabalhos e melhoria do aspecto visual. É necessário estabelecer a vegetação, que permite maior infiltração, menor escoamento superficial e proteção contra erosão laminar. Deve-se considerar, ainda, aspectos para melhorar a estabilidade de taludes que apresentam problemas de estabilidade. A escolha adequada das espécies e respectivas quantidades é fator decisivo no estabelecimento da vegetação e proteção contra os processos erosivos, sendo, portanto, necessários conhecimentos técnicos que abrangem os aspectos climáticos, edáficos, fisiológicos e ambientais. A maioria das empresas, instituições e órgãos governamentais, utiliza um determinado número de espécies e quantidades, sem, contudo, selecionar tecnicamente as espécies e as respectivas quantidades, por isso os resultados obtidos não atingem os objetivos estabelecidos, para recuperação ambiental e controle da erosão. O objetivo deste trabalho é apresentar uma metodologia para selecionar as espécies utilizadas em cada situação e região, com respectivas quantidades, abrangendo as necessidades técnicas de recuperação, tempo, aspectos edafoclimáticos e ambientais. Há um considerável volume de informações relacionadas a dois tópicos: vegetação e controle de erosão. Essas informações se tornam muito complexas em razão das condições edafoclimáticas que podem variar consideravelmente em diferentes locais. Além disso, os objetivos da revegetação e controle de erosão não são sempre complementares. O que atende melhor para o controle de erosão pode não ser a melhor solução para a revegetação, sendo a recíproca verdadeira. A escolha do mix de espécies e as respectivas quantidades, quando realizada corretamente, determinam o sucesso da proteção ambiental e a redução de custos, eliminando o empirismo e a escolha aleatória das espécies.
 

2 – FATORES DETERMINANTES NA SELEÇÃO DAS ESPÉCIES
Vários fatores afetam a escolha adequada das espécies para recuperação e proteção ambiental. Os principais são:
2.1 – Edáficos
Trata-se da adaptação das espécies às condições do local onde será realizada a recuperação ambiental, por isso é necessário conhecer os solos da região, com informações como: pH, fertilidade natural, salinidade, toxidez, textura, drenagem e matéria orgânica.
2.2 – Climáticos
Torna-se o fator mais importante, porque as condições climáticas não podem ser reproduzidas artificialmente, enquanto que para alguns fatores edáficos é possível. Dentre os fatores climáticos deve-se avaliar: tolerância à seca, à geadas, déficits hídricos da região, precipitação anual, temperaturas médias anuais e umidade relativa.
2.3 – Ambientais
Estes fatores são determinados em função da rapidez e segurança da recuperação ambiental, além dos objetivos e exigências legais. Dentre os principais fatores, podemos citar:
2.3.1 – Longevidade
Se o objetivo da proteção é temporário ou definitivo, deverão ser selecionadas espécies anuais, bianuais, perenes, de ciclo curto ou ciclo longo.
2.3.2 – Produção de biomassa
Deve-se verificar o nível de matéria orgânica no solo, o nível de recobrimento desejado no solo e a profundidade necessária das raízes para a estabilidade dos taludes.
2.3.3 – Crescimento e efeitos paisagísticos
Há necessidade de obter altas taxas de crescimento dos vegetais, tufos de vegetação, vegetação rasteira, vegetação exótica ou nativa, tipos de raízes, necessidade de manutenção.
2.3.4 – Fixação de Nitrogênio
É necessário o uso de leguminosas, pois a maioria das áreas degradadas apresenta solos estéreis, necessitando de melhorias dos seus níveis de fertilidade.
2.3.5 – Palatabilidade da Fauna
Dependendo da região, podem ser selecionadas espécies que irão favorecer a fauna, servindo de suprimento alimentar, como frutos, grãos, pastagem.
2.3.6 – Dormência das sementes
A utilização de sementes que apresentam dormência, vigor, resistência a pragas e doenças é interessante, pois as germinações poderão ocorrer em épocas diferentes, reduzindo assim a competitividade inicial.
2.3.7 – Biodiversidade
É necessário utilizar um grande número de espécies, pois isto contribui para aumentar a biodiversidade, com a atração de pássaros e animais silvestres. É fundamental a escolha de plantas de diferentes portes e a utilização de espécies de gramíneas e leguminosas para manter a biodiversidade e a sustentabilidade da vegetação.
 

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