terça-feira, 22 de maio de 2012

A Civilização tornou- se tão complicada...Que ficou frágil como um computador...


Sob desconfiança dos investidores, ações do Facebook desabam 11%
 
As ações do Facebook despencaram no seu segundo dia de negociações no pregão da Nasdaq, a Bolsa de Valores Eletrônica de Nova York. O cenário passou a ser de ceticismo, menos de uma semana depois de muitos apostarem que os papéis da rede social se tornariam uma das estrelas do mercado financeiro.
Enquanto a Nasdaq e a Bolsa de Valores de Nova York se recuperavam de acentuadas quedas na semana passada, as ações do Facebook caíram 11% ontem, fechando em US$ 34,03 – cerca de US$ 4 a menos do que o fechamento da sexta-feira, quando tiveram uma leve alta de 0,6%.
Se for levado em conta o preço pelo qual chegaram a ser negociados no início do pregão da sexta-feira, os papéis da rede social perderam cerca de um quarto de seu valor. O valor de mercado da empresa, que chegou a atingir US$ 104 bilhões quando o preço do IPO (oferta inicial de ações) foi estipulado em US$ 38, havia se reduzido em US$ 10 bilhões até ontem.
Mesmo seu presidente, Mark Zuckerberg, que se casou de surpresa no fim de semana, viu a sua fortuna se encolher em cerca de US$ 2 bilhões, levando em conta a quantidade de ações do Facebook em suas mãos. De acordo com cálculos da agência Bloomberg, o brasileiro Eduardo Saverin, cofundador do site, teria perdido US$ 230 milhões com a desvalorização.

Robô auxilia quem aplica em ações


 Há alguns anos disponível nas telas dos computadores de investidores institucionais, uma ferramenta que agiliza compras e vendas de ações está agora ao alcance das pessoas físicas.
As operações com algoritmos ou de alta frequência emitem ordens programadas pelo investidor segundo um cenário traçado por ele. No momento em que o cenário se concretiza (a queda da Bolsa atinge o porcentual estipulado, por exemplo), um robô dispara a ordem.
O robô, indicado para investidores sofisticados que têm como principal fonte de renda – senão a única – o lucro vindo de ações, é oferecido pela corretora Interfloat. “Para quem compra uma ação para o longo prazo, pouco importa ganhar alguns centavos a mais nas operações”, diz o superintendente de negócios da corretora, Marcelo Cavalcante Cunha.
No entanto, observa, a maioria dos clientes da sua corretora “precisa ter a melhor plataforma para conseguir operar no melhor preço”. Ele conta que boa parte da clientela da corretora investe diariamente para “viver da Bolsa”, na linguagem do mercado. Cerca de 600 são clientes internos, que vão às unidades da Interfloat em horário regular do pregão para operar na própria corretora.
Alguns segundos significam centavos a mais ou a menos – o que pode fazer a diferença para muitos investidores. Esse é, portanto, o principal atrativo da ferramenta, que tem velocidade abaixo de um milissegundo (um segundo dividido por mil).
“A distância entre o investidor institucional e a pessoa física estava ficando muito grande. Fica cada vez mais difícil concorrer com os grandes”, diz o diretor de Capital Market da Progress Software, Luís Gustavo Penteado. A empresa forneceu a tecnologia do algoritmo para a corretora, que a adaptou para a pessoa física em parceria com a InvestFlex.
O algoritmo mapeia o mercado e aponta ao investidor as operações mais propensas a acontecerem, a perspectiva de ganho e a possibilidade de perda. O investidor também pode deixar programado algum parâmetro, como volatilidade do Ibovespa ou de outro índice, e no momento em que o mercado atingi-lo as ordens são disparadas.
Até hoje, segundo Cunha, os robôs disponíveis no mercado faziam apenas uma parte da operação: tiravam uma fotografia do mercado, avisavam o investidor quando o parâmetro fosse atingido ou só programavam ordens.
“Sem dúvida, a alta frequência é uma tendência”, diz o superintendente do BanifInvest, Bruno Di Giorgio. Nos EUA, estima-se que 80% das operações sejam feitas hoje em dia por robôs. No Brasil, não chega a 6%.

Cuidados
A velocidade dos negócios, das oscilações e, principalmente, da queda da bolsa tende a se tornar maior com os algoritmos, alerta o professor e especialista em mercado financeiro da Fipecafi, Eduardo Paiva. “O problema está em saber se o investidor comum sabe dirigir nessa velocidade.”
Um das principais falhas apontados por ele e outros especialistas está em confiar demais no algoritmo. “Quando a pessoa confia no procedimento da tecnologia, ela para de prestar atenção, relaxa, esquece de checar se as operações foram feitas corretamente, não traça um plano B caso o mercado não se comporte como ela espera”, diz.

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