Sob desconfiança dos
investidores, ações do Facebook desabam 11%
As ações
do Facebook despencaram no seu segundo dia de negociações no pregão da Nasdaq,
a Bolsa de Valores Eletrônica de Nova York. O cenário passou a ser de
ceticismo, menos de uma semana depois de muitos apostarem que os papéis da rede
social se tornariam uma das estrelas do mercado financeiro.
Enquanto a Nasdaq e a Bolsa de Valores de Nova York se recuperavam de acentuadas quedas na semana passada, as ações do Facebook caíram 11% ontem, fechando em US$ 34,03 – cerca de US$ 4 a menos do que o fechamento da sexta-feira, quando tiveram uma leve alta de 0,6%.
Enquanto a Nasdaq e a Bolsa de Valores de Nova York se recuperavam de acentuadas quedas na semana passada, as ações do Facebook caíram 11% ontem, fechando em US$ 34,03 – cerca de US$ 4 a menos do que o fechamento da sexta-feira, quando tiveram uma leve alta de 0,6%.
Se for
levado em conta o preço pelo qual chegaram a ser negociados no início do pregão
da sexta-feira, os papéis da rede social perderam cerca de um quarto de seu
valor. O valor de mercado da empresa, que chegou a atingir US$ 104 bilhões
quando o preço do IPO (oferta inicial de ações) foi estipulado em US$ 38, havia
se reduzido em US$ 10 bilhões até ontem.
Mesmo seu
presidente, Mark Zuckerberg, que se casou de surpresa no fim de semana, viu a
sua fortuna se encolher em cerca de US$ 2 bilhões, levando em conta a
quantidade de ações do Facebook em suas mãos. De acordo com cálculos da agência
Bloomberg, o brasileiro Eduardo Saverin, cofundador do site, teria perdido US$
230 milhões com a desvalorização.
Robô auxilia quem aplica em
ações
Há
alguns anos disponível nas telas dos computadores de investidores
institucionais, uma ferramenta que agiliza compras e vendas de ações está agora
ao alcance das pessoas físicas.
As
operações com algoritmos ou de alta frequência emitem ordens programadas pelo
investidor segundo um cenário traçado por ele. No momento em que o cenário se
concretiza (a queda da Bolsa atinge o porcentual estipulado, por exemplo), um
robô dispara a ordem.
O robô,
indicado para investidores sofisticados que têm como principal fonte de renda –
senão a única – o lucro vindo de ações, é oferecido pela corretora Interfloat.
“Para quem compra uma ação para o longo prazo, pouco importa ganhar alguns
centavos a mais nas operações”, diz o superintendente de negócios da corretora,
Marcelo Cavalcante Cunha.
No
entanto, observa, a maioria dos clientes da sua corretora “precisa ter a melhor
plataforma para conseguir operar no melhor preço”. Ele conta que boa parte da
clientela da corretora investe diariamente para “viver da Bolsa”, na linguagem
do mercado. Cerca de 600 são clientes internos, que vão às unidades da
Interfloat em horário regular do pregão para operar na própria corretora.
Alguns
segundos significam centavos a mais ou a menos – o que pode fazer a diferença
para muitos investidores. Esse é, portanto, o principal atrativo da ferramenta,
que tem velocidade abaixo de um milissegundo (um segundo dividido por mil).
“A
distância entre o investidor institucional e a pessoa física estava ficando
muito grande. Fica cada vez mais difícil concorrer com os grandes”, diz o
diretor de Capital Market da Progress Software, Luís Gustavo Penteado. A
empresa forneceu a tecnologia do algoritmo para a corretora, que a adaptou para
a pessoa física em parceria com a InvestFlex.
O algoritmo
mapeia o mercado e aponta ao investidor as operações mais propensas a
acontecerem, a perspectiva de ganho e a possibilidade de perda. O investidor
também pode deixar programado algum parâmetro, como volatilidade do Ibovespa ou
de outro índice, e no momento em que o mercado atingi-lo as ordens são
disparadas.
Até hoje,
segundo Cunha, os robôs disponíveis no mercado faziam apenas uma parte da
operação: tiravam uma fotografia do mercado, avisavam o investidor quando o
parâmetro fosse atingido ou só programavam ordens.
“Sem
dúvida, a alta frequência é uma tendência”, diz o superintendente do
BanifInvest, Bruno Di Giorgio. Nos EUA, estima-se que 80% das operações sejam
feitas hoje em dia por robôs. No Brasil, não chega a 6%.
Cuidados
A
velocidade dos negócios, das oscilações e, principalmente, da queda da bolsa
tende a se tornar maior com os algoritmos, alerta o professor e especialista em
mercado financeiro da Fipecafi, Eduardo Paiva. “O problema está em saber se o
investidor comum sabe dirigir nessa velocidade.”
Um das
principais falhas apontados por ele e outros especialistas está em confiar
demais no algoritmo. “Quando a pessoa confia no procedimento da tecnologia, ela
para de prestar atenção, relaxa, esquece de checar se as operações foram feitas
corretamente, não traça um plano B caso o mercado não se comporte como ela
espera”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário