Dilma veta partes do Novo Código Florestal:
Após intensa pressão social, a presidente Dilma
Rousseff vetou 12 artigos e fez 35 alterações no texto do novo Código Florestal
que promovem o desmatamento. O projeto de lei, aprovado no Congresso no final
de abril, representou uma derrota do Governo ao perdoar desmatadores ilegais e
permitir uso de área de vegetação nativa. Os parlamentares podem derrubar o
veto.
A legislação sobre o uso de florestas em
propriedades privadas do país ainda está longe de ser finalizada. No texto
sancionado pela presidente, sobraram poucas novidades. As principais disputas
entre ruralistas e ambientalistas ficaram sem definição, como a área a ser
recuperada em margens de rios com mais de 10 metros de largura.
Os representantes do agronegócio querem que a lei
amplie a área de produção (de agricultura e pecuária, entre outros) e não
obrigue os proprietários a pagarem pelo reflorestamento ou multas. Eles afirmam
que as alterações podem diminuir a quantidade de alimentos disponível no país.
Já os ecologistas defendem a necessidade de uma maior proteção ao ambiente e à
biodiversidade, além de cumprimento de multas já estabelecidas pela lei
anterior.
Além dos ambientalistas, os pequenos
proprietários de terra também se mostraram contrários ao texto aprovado no
Congresso, por “tratar como iguais” os latifundiários e pequenos. Esta
distinção deve ser mais um ponto a ser definido posteriormente.
Para preencher as lacunas há três futuros
previstos: 1-o Senado já apresentou um projeto de lei, pró-ambiente, baseado no
texto que já havia sido aprovado na Casa em 2011, mas que foi cortado na Câmara
dos Deputados; 2-a Câmara também já apresentou um projeto, pró-ruralista, para
definir, por exemplo, menores áreas nas margens de rios a serem reflorestadas.
3-O Governo estuda enviar uma Medida Provisória para a Câmara com complementos.
E a série inicia nova temporada. Agora, é como se
voltássemos à estaca zero. Os novos projetos de lei estão em trâmite no
Congresso –vale lembrar que o projeto de lei vetado pela presidente foi criado
há 12 anos.
Os ruralistas são maioria na Câmara –eles dizem
contar com o apoio de mais de 300 dos 513 deputados, o que lhes dá vantagem nas
decisões da Casa. Por outro lado, a visão predominante no Senado é mais
alinhada aos ambientalistas. Assim, o texto de autoria dos senadores pode
sofrer alterações na Câmara, mas volta para os senadores darem a “palavra
final”, que deve ser a mais próxima dos interesses do Governo. Já as MPs têm
força de lei desde a edição e vigoram por 60 dias, podendo ser prorrogadas uma
vez por igual período, mas se não forem aprovadas no Congresso, expiram.
Próximos passos
As partes do texto que foram vetadas devem ser
comunicadas em 48h para o presidente do Senado, com os motivos do veto. Ele
será, então, apreciado em sessão conjunta do Congresso, dentro de 30 dias a
contar de seu recebimento. Se o prazo de deliberação for esgotado, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, para votação final.
Para derrubá-lo, é necessária a maioria absoluta.
Seria preciso o apoio de 257 deputados e 42 senadores. A votação é feita
conjuntamente, mas a apuração é feita de forma separada. Começa-se a apurar
pela Câmara e, se conseguirem o número mínimo necessário, tem início a apuração
do Senado.
Se o veto das partes do texto for derrubado, o
presidente do Congresso deve comunicar o fato à presidente e enviar o texto
aprovado no Congresso, para que seja promulgado e publicado.
Por outro lado, se o veto parcial não for
derrubado, o que foi rejeitado pelo veto somente poderá estar em novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Opinião do Blogueiro:
"A Presidenta DILMA em sintonia com a opinião pública fez o que deveria, mas sofrerá retaliações por parte da Bancada Ruralista, que é grande e vai manobrar no Congresso para reverter esses vetos. O que pegou mal foi a anistia aos desmatadores ilegais, o que promove e incetiva atos criminosos ao Meio Ambiente, como vem ocorrendo a décadas na nossa região!"
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