"HOUVE de tudo, enfim. Até vaias para a presidente Dilma, que encabulada
com aquele repúdio inesperado, ao ser pronunciado seu nome, mal teve
tempo de pronunciar a frase frapê, abrindo a Copa. A frustração dela foi
visível, logo amarrando a cara. Ainda por cima ajudada (?) pelo Blatter
que tentou dar lição de moral aos torcedores pedindo fair play e
educação. Vaias pra ele que também as mereceu mais do que a presidente.
Dona Dilma deve ter ficado uma arara com a intervenção do Blatter.
Aliás, ninguém vaia melhor que o brasileiro. Em terra de sapos, de
cócoras com eles..."
esencanto geral.Em termos eleitorais, isso significa pouco, apesar da vibração dos conservadores brasileiros: nenhum dos rivais de Dilma teria escapado dos apupos.Aécio, por exemplo, teria provavelmente ouvido vaias ainda mais demoradas.Verdade que Dilma poderia ter evitado ir ao estádio fatídico. O estado de espírito dos brasileiros não está para aplausos a políticos.A Copa das Confederações foi cercada de denúncias de remoções forçadas de gente pobre que, como os índios, não tem quem a defenda — nem um governo pretensamente popular.Estádio cheio, câmaras transmitindo a cerimônia de abertura para o mundo todo: Dilma poderia ter contornado uma situação de alto risco.Ela não merecia ser socorrida por Sepp Blatter, o controvertido presidente da Fifa. “Cadê o respeito e o fair play?”, perguntou Blatter.As vaias aumentaram de tom com a tentativa de sabão coletivo de um estrangeiro petulante ligado a João Havelange.Mas, ainda que Dilma tivesse prudentemente descartado um compromisso que poderia expô-la a um embaraço internacional, os fatos não mudariam.Os brasileiros estão descrentes de seus políticos. Há uma desconexão entre as duas partes.Os vinte centavos apenas deixaram isso claro.Evocar 1964 com protestos arquiconservadores estimulados pelos golpistas daqueles dias é tolice. Os protestos que varrem o Brasil são, ao contrário de então, essencialmente anticonservadores.Aqueles entre os políticos que entenderem a mensagem e buscarem respostas tenderão a se dar bem no futuro.Os que acharem que o povo é que está errado, bem, a lata de lixo está aí para eles.
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